Redação da Rádio Terra FM.
Por: Dr. Elmanoel Mesquita - Farmacêutico Clínico e Prescrição Farmacêutica.
A depressão é conhecida como o mal do século. Estimativas mostram que, no Brasil, a doença aumentou 18% entre 2005 e 2015, e a Organização Mundial de Saúde (OMS) afirma que mais de 322 milhões de pessoas no mundo apresentam esse transtorno (entre todas as idades e classes sociais). Já é possível perceber como a promoção da saúde mental é fundamental, não é mesmo?
Confira os principais pontos sobre a depressão neste texto: dados relacionados à doença, possíveis causas e como identificar uma pessoa com depressão. Por fim, quais os impactos desse transtorno para a economia e encerramos com um plano de ação. Acompanhe!
Depressão: características da doença e sua presença na população
- por volta de 4% da população mundial tinha depressão em 2015;
- entre 2005 e 2015, a doença teve um aumento de mais de 18% nos casos;
- a região que mais apresenta casos desse transtorno é o Sudeste da Ásia (27% dos casos mundiais);
- essa é uma doença que afeta mais mulheres do que homens, sendo mais comum em adultos acima dos 55 anos.
O Brasil em dados: país é o mais depressivo da América Latina
Os dados sobre o Brasil mostram que o país ocupa a primeira posição na América Latina e a segunda em todas as Américas, perdendo apenas para os Estados Unidos. Segundo a OMS, a depressão afeta um total de 11,5 milhões de brasileiros. Esse número representa 5,8% da população total.
É difícil identificar quais são os fatores sociais presentes no país que favoreçam os números elevados de casos. Em estudo publicado na revista Economia Aplicada, a escolaridade é um fator de risco na população. Quanto mais anos na escola, maior a chance de desenvolver a doença.
Os dados da pesquisa também apontam que residir em áreas urbanas é um fator favorável para o desenvolvimento desse transtorno. No entanto, não se observa uma variável que possa justificar diretamente o motivo do Brasil ser um dos países mais depressivos do mundo.
Pandemia: o crescente aumento dos casos
Conforme pesquisas, houve um aumento considerável da depressão durante a pandemia, principalmente em relação às pessoas que precisam sair de suas casas todos os dias para trabalhar. Entre as principais causas desse aumento estão:
- medo de contrair o vírus nas ruas ou no ambiente laboral;
- incerteza em relação à manutenção do emprego;
- medo de passar fome;
- angústia pelo isolamento;
- alterações no dia a dia da empresa, que busca se adaptar ao “novo normal”, entre outros.
Isso gera uma maior vulnerabilidade, fazendo com que as incertezas possam provocar um adoecimento mental ou agravar os casos de pessoas que já tinham latentes a esse tipo de doença.
Identificando a depressão: quais são as principais causas e sintomas da doença
A depressão é objeto de muitos estudos. Existem diferentes focos de pesquisa, sendo que um deles é compreender melhor os mecanismos dessa doença.
Por mais que se saiba sobre a existência de diferentes fatores que podem influenciar o desenvolvimento desse transtorno, ainda se entende pouco sobre a doença. Até o momento, algumas das causas relacionadas com o desenvolvimento da depressão são:
- acontecimentos estressantes;
- doenças graves e/ou debilitantes;
- alterações hormonais;
- remédios;
- fatores biológicos;
- ritmo e ambiente de trabalho.
A depressão é caracterizada por um sentimento de tristeza intenso, perda de interesse em todas as atividades, sentimento constante de culpa, além de distúrbios do sono e apetite. Por mais que tenha diferentes causas possíveis, essa é uma doença que pode ter também um fator biológico.
No entanto, a associação entre o cenário da depressão e o atual ritmo de trabalho (característico da sociedade da informação) aponta para um desenho dessa doença. O aumento da pressão no trabalho demonstra que esse é um dos principais problemas que levam os trabalhadores a adoecer.
É importante que a empresa tenha uma atitude ativa na identificação desse transtorno. Por ser o ambiente em que as pessoas passam mais tempo no dia, pode-se identificar quaisquer alterações e agir. Analise as ausências do funcionário, percebendo se estão ligadas a uma diminuição da produtividade.
Em casos de suspeita, estabeleça um canal de comunicação. Busque um psicólogo para auxiliar na abordagem do tema com o colaborador.
Impacto na sociedade: como a depressão influencia a economia
Devido ao aumento do número de casos, em conjunto com a sua relação com o trabalho, a depressão oferece um risco grande para a economia global.
Por provocar sintomas severos, esse transtorno faz com que o trabalhador precise se afastar de suas funções. Nos casos em que há a permanência no emprego, a produtividade é diretamente afetada.
Segundo a OMS, a depressão está associada a um desempenho inferior no trabalho. Além disso, a aposentadoria precoce seria responsável por grande parte dos gastos do estado com a doença. Nesse mesmo documento, a organização ainda destacou que essa é a segunda causa de afastamentos do trabalho.
Por ser uma doença tratável, os números impressionam. O alto impacto econômico está ligado à ausência de tratamento. Por mais que tenha sintomas marcados e que seja fácil de ser identificada, a depressão ainda sofre com o tabu e com a falta de profissionais especializados nas empresas. Se precocemente identificada e tratada, o impacto da doença é bastante reduzido.
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